Surpresa.


"Te vi, na hora foi surpresa, não sei, calei, nada poderia dizer pra não estragar tudo, enquanto você mexe no cabelo e na barba, porque não sabe muito bem o que fazer com as mãos, olha ao longe e depois olha pra mim enquanto eu não olho e depois quando consigo encontrar, desvia. É um querer, sem querer, querendo muito, joga uma conversa, larga uns sorrisos, se dispõe objetivamente, não posso evitar dizer que também mexe comigo, que seu sorriso é o mais lindo que eu já vi de tão pertinho assim, que o seu par de olhos é como luz no fim do túnel no meu dia, que o seu cheiro é o sinal que eu preciso pra acreditar que esteja diante dos meus olhos, ao alcance da minha boca e das minhas mãos, que eu gosto de você desde o princípio, mas recuo, recuso, repenso. 

Me recomponho, não quero confundir ou seu confundida, mas fico sem jeito por tudo o que diz e o modo como guarda seus adjetivos para os momentos propícios e suas teorias, seu jeito de falar, tão certo, cheio de si e como sorri o tempo inteiro enquanto diz coisas lindas só pra mim, seus olhos brilham ainda mais, gosto do jeito como fica sem graça, olha pra baixo, cruza os braços, olha pra mim, sorri mais, joga um charme, diz que estou perdendo. Ah, seus olhos são indecifráveis como códigos e fazem adormecer meus sentidos, meus pensamentos e minha dor, mas não ultrapassam a barreira invisível que há. 

Ironia dessa vida te encontrar tão tarde, tarde da noite, tarde nessa vida, apesar do destino que converge. Ironia que você seja minha inspiração agora, pertencendo o teu amor e teu coração a alguém que não sou eu."
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