Rio da vida

(...) A gente combina mais do que sabe. Quando eu imagino dizer, você já adivinhou, nossas idéias são complementares, nossas memórias e referências são praticamente as mesmas a contar do tempo em que a gente decidiu ficar, nossas discussões seriam infinitas, não fosse a necessidade do trabalho e do sono, não fosse a vida toda lá fora. Você é do tipo que engole o choro, diminue os problemas, os guarda no bolso e vem, eu sou do tipo que divide pra se sentir bem, não somos tão bons em matemática. Temperamental, sensível, discreto, educadíssimo e com um porte viril, quem olha de longe pouco se arrisca, eu estou dentro e sei que tua pose é defensiva, posso te abraçar de surpresa e o sorriso aparecerá como o de uma criança feliz, a gente se dá o tempo inteiro. Sem histórico de discussões graves, uns pouquíssimos quadros de ciúmes disfarçados de saudades - meus, é claro -, a gente se entrega sem saber que sob os olhos atentos de alguém, esse alguém pode 'nos ver'. Nossa intimidade começa no olhar e nas mão que já se deram desde o princípio. Somos almas gêmeas separadas pelos anos de nossos nascimentos, a gente foge só pra se encontrar do outro lado da margem do rio da vida."

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